“Podres” da Apple vêm à tona após reportagem expor caso de reciclagem de iPhones

Reportagem expõe falhas na reciclagem de iPhones pela Apple, levantando questões sobre seu compromisso ambiental e ética corporativa.

Uma investigação recente realizada pela Bloomberg trouxe à tona sérias falhas no processo de reciclagem de produtos da Apple, especialmente iPhones, destacando sobre práticas controversas e potencialmente prejudiciais ao meio ambiente e à reputação da empresa.

Diante disso, os detalhes surgem principalmente do período em que a Apple colaborava com a empresa canadense GEEP Canada Inc., encarregada de receber, desmontar e reciclar dispositivos eletrônicos, incluindo iPhones, iPads e Apple Watches. Estima-se que durante esse período, aproximadamente 530.000 iPhones, 25.000 iPads e 19.000 Apple Watches tenham sido enviados pela Apple para reciclagem.

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Reportagem aponta 5 falhas da Apple em processo de reciclagem de iPhones

1. Desvio de dispositivos

No entanto, a investigação revelou que muitos desses dispositivos estavam em perfeitas condições de funcionamento. Funcionários da GEEP, desviando-se do contrato que exigia a destruição completa dos dispositivos, apropriaram-se ilegalmente de alguns modelos para vendê-los no mercado cinza.

Como resultado, quase 100.000 iPhones foram indevidamente retirados do processo de reciclagem.

2. O que é o mercado cinza?

O mercado cinza é uma área de comercialização que envolve produtos vendidos legalmente, mas fora dos canais de distribuição autorizados pelo fabricante. Isso pode incluir produtos vendidos por revendedores não autorizados, importações paralelas ou produtos adquiridos de forma não convencional.

Geralmente, esses produtos não têm garantia do fabricante e podem não atender aos padrões de qualidade esperados.

3. Apple: auditoria e descobertas

A resposta da Apple veio na forma de uma auditoria surpresa nas instalações da GEEP, revelando uma série de irregularidades que culminaram na descoberta dos iPhones desaparecidos.

Muitos desses aparelhos foram reativados por novos usuários na China, desencadeando um processo legal no qual a Apple exige um ressarcimento de CA$ 31 milhões da GEEP por quebra de contrato.

4. Impasse legal

Desde que o caso veio à tona em uma reportagem do The Logic em 2020, as ações legais não avançaram. Especula-se que a inércia possa estar relacionada à reputação da Apple, especialmente considerando sua recente iniciativa de se tornar neutra em carbono até 2030 e sua afirmação de priorizar a reutilização de dispositivos.

5. Apple e as questões ambientais

A revelação dessas práticas levanta preocupações sobre o compromisso da Apple com a sustentabilidade e a responsabilidade ambiental. A empresa, conhecida por sua imagem de marca pró-meio ambiente, agora enfrenta críticas por sua aparente preferência por lucros sobre práticas éticas e ecológicas.

Embora a Apple tenha se recusado a comentar detalhes específicos do caso, um porta-voz destacou os avanços no processo de reciclagem desde então, enfatizando o compromisso contínuo da empresa com a criação de produtos duradouros e seu programa de reciclagem líder do setor, que visa facilitar a devolução de dispositivos para recondicionamento e reutilização.

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