O jeito que você assiste vídeos nas redes sociais está perto do fim

Se você tem acesso à internet e usa com frequência as redes sociais, já percebeu que os vídeos que surgem a todo momento possuem um estilo único de passar informação e fisgar a atenção das pessoas. E esse estilo tem um nome: edição de retenção.

Vídeos no estilo de edição de retenção possuem características únicas, como cortes rápidos, luzes chamativas, ausência de pausa e efeitos sonoros altos. Esse método de “reter” o interesse do público é bastante comum em contas do YouTube, Instagram e TikTok.

Foto: Jacob Lund/Shutterstock

Estilo de vídeo que faz você viciar pode estar perto do fim

Apesar da febre que se tornou o estilo de retenção, segundo o The Washington Post, há indícios de que esta nova onda está perto de ter um fim. O motivo reside no excesso de estímulo ao qual as pessoas são submetidas diariamente.

Assista a um vídeo que exemplifica bem esse modelo:

Um dos pioneiros desse movimento de hiperengajamento é Jimmy Donaldson, conhecido popularmente como MrBeast. Recentemente, o youtuber decidiu mudar a forma de apresentar seus conteúdos. Para isso, ele desacelerou seus vídeos, focando mais na parte de *storytelling*, permitindo que as cenas chegassem de maneira menos invasiva ao espectador. O resultado disso: um aumento no número de visualizações.

Além de Beast, outro criador de conteúdo, o Youtuber Sam Sulek, também se tornou adepto deste estilo de apresentar seus vídeos, geralmente com quase nenhuma edição. A nova fórmula parece dar certo, e o aumento no número de inscritos é a prova disso.

Sendo assim, tal mudança na forma de gerar conteúdo pode ter grande impacto na indústria dos criadores de conteúdo, principalmente na parte de edição.

Reter a atenção do público não é algo tão fácil assim

Além da qualidade do conteúdo ter um bom peso na balança para quem assiste a um vídeo, a forma como ele é apresentado também é levada em consideração no pacote completo.

A edição de retenção, segundo editores de vídeos, exige conhecimento prévio para lidar com os efeitos sonoros em praticamente cada transição de cena, o timing e o efeito das legendas, além de outras firulas criadas para reter a atenção de quem assiste.

É inegável que certas ferramentas “autodidatas”, como o CapCut, da empresa ByteDance, facilitam esse trabalho. Porém, o risco de usar os mesmos efeitos pré-definidos, na tentativa de tornar homogêneo esse estilo, acaba justamente saturando-o.

Por fim, apesar dessa discrepância entre o “ser demais” e o “ser de menos”, a mudança será determinante nos próximos anos quando o assunto é atrair a atenção do público. Além disso, os criadores de conteúdo devem se atentar para não perderem o hype da vez.