Será que usar o ChatGPT no trabalho pode causar demissão?
Entenda se a ferramenta pode substituir o trabalho humano. Pesquisa aponta que 53% da geração Z acredita que não.
Não dá mais para negar que a Inteligência Artificial está presente em diversos campos de nossa vida, inclusive em ferramentas que podem ser utilizadas em diversas funções no mercado de trabalho. Ainda assim, uma pesquisa do EduBiride aponta que 53% da geração Z acham improvável que a IA possa substituí-los a curto prazo.
Por outro lado, 9% consideram essa possibilidade. Em um cenário de 10 anos, 61% dos jovens acreditam que as máquinas poderão desempenhar suas funções tranquilamente.
E não se pode negar que, em diversas carreiras, tecnologias como o ChatGPT já fazem parte da rotina. Muitas vezes, essas ferramentas entram em cena para diminuir tarefas cansativas e repetitivas, como, por exemplo, a criação de listas, resumos ou mesmo conteúdos criativos e pesquisas.
Isso porque a tecnologia garante um acesso rápido à informação, transformando a ferramenta em um aliado no dia a dia do trabalho. O que não se pode esquecer é que, nem sempre, as informações oferecidas pela tecnologia são 100% confiáveis.
Alguns especialistas apontam, inclusive, que o uso exagerado da plataforma pode gerar uma dependência. Assim, os profissionais não desenvolvem (ou atrofiam) capacidades de produção de suas funções sem o uso da Inteligência Artificial. A solução, portanto, seria um uso equilibrado e consciente.
Saúde mental e substituição de pessoas por máquinas
Elen Mendes, psicóloga, aponta um cenário recorrente: o medo da demissão se potencializa quando o funcionário observa que pode perder o seu emprego para uma máquina. Assim, esse cenário pode culminar em crises de ansiedade, distúrbios do sono ou mesmo dores de cabeça e problemas físicos.
“O ChatGPT, embora possa ser um recurso valioso em determinadas circunstâncias, é uma ferramenta que deve ser usada com moderação e equilíbrio. Seu uso excessivo pode levar a efeitos prejudiciais nos comportamentos e resultados de aprendizagem, gerando procrastinação, perda de memória e até mesmo ansiedade e estresse“, explica a psicóloga.
Também não se pode ignorar que, a médio prazo, é bem possível que a Inteligência Artificial realmente tenha o poder de ocupar funções antes desenvolvidas pelos humanos. Nesse sentido, Antonio Muniz, professor de MBA da Anhanguera Educacional, reforça que este quadro deve se tornar realidade principalmente em funções que envolvem tarefas repetitivas e processamento de dados.
Já quando se trata de funções no mercado de trabalho que exigem habilidades humanas, como criatividade e empatia, essa troca do ser humano pela máquina se torna mais difícil. “Embora a Inteligência Artificial possa impactar o mercado de trabalho, ela também pode abrir portas para novas ocupações e exigir que os trabalhadores se adaptem”, explica o professor.
Portanto, o x da questão não é a Inteligência Artificial ocupar funções antes ocupadas por humanos de forma absoluta, e sim a maneira como a tecnologia pode transformar esses empregos e quais serão as novas competências valorizadas pelo mercado a partir desse cenário. Até porque a tecnologia catalisa a criação de novos empregos, principalmente cargos ligados à gestão, criatividade, pensamento crítico e interação humana, características que as máquinas ainda não sabem replicar.
*Com informações de Portal Metropoles