Nova película para janelas promete reduzir sensação térmica em até 7°C

Novidade tecnológica pode ser a solução para dias quentes em ambientes fechados, sejam eles residenciais ou comerciais; Veja como funciona.

Segundo o governo da Austrália, em dias quentes, até 87% do ganho de calor dentro das casas ocorre por meio das janelas. Esse fenômeno acontece porque a radiação UV da luz solar consegue ultrapassar o vidro com facilidade, o que faz com que a temperatura aumente.

O uso de janelas inteligentes pode ser uma saída efetiva, mesmo que não seja barata. Com foco na resolução do problema e barateamento de custos, cientistas desenvolveram uma película que funciona como uma espécie de filtro, ou seja, ela é capaz de reter o calor.

Novo projeto

A tecnologia foi desenvolvida por pesquisadores da Universidade de Notre Dame, nos Estados Unidos. Trata-se de um revestimento de janela que bloqueia a luz UV e a infravermelha, responsável pela produção de calor. O diferencial é que ele retêm o calor, mas permite a entrada de luz, contribuindo para a redução da temperatura ambiente e também do consumo de energia de resfriamento.

“Tal como os óculos de sol polarizados, o nosso filtro diminui a intensidade da luz que entra, mas, ao contrário dos óculos de sol, o nosso revestimento permanece transparente e eficaz mesmo quando o inclinamos em ângulos diferentes”, disse Tengfei Luo, um dos autores do estudo.

Foto: Universidade de Notre Dame/Divulgação

A produção do material se baseia em conceitos de física quântica e de aprendizado de máquina. Na prática, o filtro que se coloca na janela é feito de sílica, alumina e óxido de titânio sobre a base de vidro. Por fim, há aplicação de uma camada fina de polímero de silício (PDMS) para refletir a radiação térmica.

Durante os testes, o vidro desenvolvido pelos cientistas alcançou um desempenho superior se comparado ao vidro normal. Na prática, a redução de temperatura foi entre 5,4°C e 7,2°C.

Usos práticos

O novo produto tem potencial para ser usado em edifícios comerciais, residenciais e até mesmo em automóveis. “Acho que pode ser especialmente útil para janelas de carros. Janelas de teto solar e até para a principal, do para-brisa, uma vez que o vidro continuará transparente”, disse Luo.

Apesar do avanço, os pesquisadores apontam que ainda precisam determinar a escalabilidade do revestimento da janela, ou seja, eles não sabem quanto tempo será necessário, nem quanto custará a inovação.

“Não posso dizer se são mais baratos, mas à medida que trabalhamos para a sua expansão, podem ser baratos. O revestimento pode ser fabricado utilizando processos de revestimento em escala industrial. Os materiais do filtro são materiais muito comuns”, concluiu.

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