IA pode ter sérias consequências para a paz global, diz ONU

O Conselho de Segurança das Nações Unidas organizou uma reunião para discutir os riscos associados à IA.

Desde que a IA começou a avançar em um ritmo sem precedentes, muitas vezes surgiram preocupações sobre ela chegar a um ponto em que pode impactar massivamente as vidas humanas.

E uma dessas preocupações, destacada por vários especialistas e estudos, é o uso da IA ​​nas forças armadas. Até o padrinho da IA, Geoffrey Hinton, já havia alertado sobre o desenvolvimento de armas autônomas usando IA, que poderiam ser programadas para realizar ações imorais sem intervenção humana.

O grau em que os riscos associados ao uso de IA estão sendo discutidos atingiu um novo nível recentemente. Pela primeira vez, o Conselho de Segurança das Nações Unidas realizou uma reunião discutindo o mesmo.

Durante a reunião, o secretário-geral da ONU, Antonio Guterres, falou sobre os riscos da IA ​​e disse que a IA pode ter algumas “consequências graves” para a paz e a segurança globais.

ONU organiza reunião sobre riscos de IA

De acordo com um relatório da Reuters, a reunião contou com a presença de 15 países membros e foi informada por Guterres, cofundador da startup de inteligência artificial Anthropic Jack Clark, e pelo professor Zeng Yi, codiretor do China-UK Research Centre for AI Ética e Governança.

Guterres concordou em ter um órgão da ONU para cuidar das tecnologias de IA e governá-las. Ele disse: “Aplicações militares e não militares de IA podem ter consequências muito sérias para a paz e a segurança globais”.

O embaixador da China na ONU, Zhang Jun, chamou a IA de ‘faca de dois gumes’ e enfatizou a necessidade de regulamentação da IA ​​para que a tecnologia não se torne um ‘cavalo em fuga’.

Preocupação com censura e governança

Por outro lado, os Estados Unidos alertaram contra o uso de IA para censurar ou oprimir as pessoas durante a reunião. O vice-embaixador dos EUA na ONU, Jeffrey DeLaurentis, disse: “Nenhum estado membro deve usar IA para censurar, restringir, reprimir ou enfraquecer as pessoas”.

O ministro das Relações Exteriores da Grã-Bretanha afirmou que a IA transformaria a vida humana e também pediu uma governança global devido à natureza sem fronteiras da tecnologia.

Enquanto isso, a Rússia questionou o papel do Conselho de Segurança na discussão da IA, sugerindo que tais discussões deveriam ocorrer em plataformas especializadas focadas em análises baseadas em expertise.

O vice-embaixador da Rússia na ONU, Dmitry Polyanskiy, disse: “O que é necessário é uma discussão profissional, científica e baseada em experiência que pode levar vários anos e essa discussão já está em andamento em plataformas especializadas”.

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