Governo e Google investigam jogo que simulava escravidão de pessoas negras

O Google disse em comunicado que removeu o jogo de sua loja de aplicativos e que está tomando medidas para conter o incitamento ao ódio e à violência.

Um jogo que simula a escravidão de pessoas negras causou polêmica e revolta no Brasil. No Simulador de Escravidão, o jogador era estimulado a obter um “lucro” com escravos e contratar guardas para evitar rebeliões. Havia ainda a opção de o usuário explorar sexualmente as pessoas colocadas sob seu poder dentro do mundo virtual. O jogo, que foi tirado do ar, mostrava imagens de pessoas acorrentadas, incluindo um homem negro, que aparecia algemado.

O Ministério da Igualdade Racial (MIR) e o Google desenvolverão um filtro para impedir que discursos de ódio, intolerância e racismo sejam disseminados pela internet, informou a Agência Brasil.

As autoridades do país entraram em contato com a gigante da internet após tomarem conhecimento do jogo disponível na loja de aplicativos da multinacional de tecnologia no qual o usuário agia como um “dono de escravos”.

“O MIR informa ainda que já tem reunião agendada com a área de responsabilidade do Google para construir uma moderação de conteúdo antirracista, a exemplo do que já fez com outras big techs [grandes empresas de tecnologia] para a construção de um ambiente seguro e saudável no na Internet”, disse a agência em um comunicado.

Além disso, o MIR buscará a responsabilidade criminal dos desenvolvedores do jogo. “O Ministério Público também será acionado para atuar no caso para que também sejam responsabilizadas as partes envolvidas no desenvolvimento e comercialização do produto”, acrescenta o comunicado.

Jogo removido da Play Store

O Google disse em comunicado que removeu o jogo de sua loja de aplicativos e que está tomando medidas para conter o incitamento ao ódio e à violência. “Temos um conjunto robusto de políticas destinadas a manter os usuários seguros que devem ser seguidas por todos os desenvolvedores. Não permitimos aplicativos que promovam violência ou incitem ao ódio contra indivíduos ou grupos com base em raça ou origem étnica, ou que representem ou promovam violência gratuita ou outras atividades perigosas”, enfatiza a nota da empresa.

A multinacional de tecnologia diz estar atenta a denúncias de conteúdo impróprio. “Qualquer pessoa que acredite ter encontrado um aplicativo que esteja em desacordo com nossas regras pode fazer uma denúncia. Quando identificamos uma violação da política, tomamos as medidas apropriadas.”

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