Criptomoeda do Brasil vai se chamar Drex; saiba como ela funcionará
O objetivo do Drex é expandir oportunidades de negócios e promover inclusão financeira.
Na segunda-feira (7), o Banco Central (BC) deu mais um passo rumo à implementação da criptomoeda brasileira. Anunciou-se que a moeda digital brasileira terá o nome de Drex.
Desde março, a plataforma encontra-se em fase de testes, com previsão de operações simuladas a partir de setembro. O objetivo do real digital é expandir oportunidades de negócios e promover inclusão financeira, tudo isso em um ambiente seguro com mínimas chances de fraude.
De acordo com o BC, a ideia é utilizar o Drex no atacado para serviços financeiros. Além disso, ele vai funcionar como um sistema de transferência instantânea similar ao Pix. Contudo, é destinado a grandes quantias e diversas finalidades. Os consumidores precisarão converter reais em Drex para enviar dinheiro e realizar o processo inverso para receber fundos.
Aqui está a descrição de como funcionará a nova moeda digital oficial do país:
O que é o Drex?
O Drex, também chamado de real digital, será uma versão eletrônica do papel-moeda. Ele utiliza a tecnologia blockchain, a mesma usada em criptomoedas. Classificado como Central Bank Digital Currency (CBDC, Moeda Digital de Banco Central), terá seu valor garantido pela autoridade monetária. Um Drex equivalerá a um real.
O blockchain, considerado seguro contra hackers, é uma espécie de banco de dados ou livro-razão. Nele os dados são inseridos e transmitidos com segurança, rapidez e transparência.
Além disso, funciona como uma corrente de blocos criptografados, sendo cada elo fechado após um tempo determinado. A tecnologia impede a remoção ou alteração de informações, já que todos os blocos são interligados por senhas criptografadas.
Diferenças em relação a outras criptomoedas
Ao contrário das criptomoedas, o Drex varia conforme a taxa diária de câmbio, ligada aos fundamentos e políticas econômicas nacionais. Além disso, a oscilação do Drex só afetará operações entre diferentes países. Em transações internas, o valor do Drex será equivalente ao do papel-moeda.
Outra distinção está na produção: enquanto criptomoedas como Bitcoin e Ethereum podem ser “mineradas” através da resolução de algoritmos computacionais que consomem muita energia, o Drex será produzido pelo Banco Central, mantendo paridade com o real.
Drex e Pix
Embora possa ser considerado um parente próximo do Pix por permitir pagamentos instantâneos entre diferentes instituições financeiras, o Drex terá um funcionamento distinto.
No Pix, as transferências ocorrem em reais e obedecem a limites de segurança estabelecidos pelo BC e pelas instituições financeiras. No caso do Drex, as transferências usarão a tecnologia blockchain, a mesma das criptomoedas, possibilitando transações com valores mais altos.
Serviços
Diversos serviços financeiros, como transferências, pagamentos e aquisição de títulos públicos, serão oferecidos pelo Drex. Em suma, consórcios autorizados pelo Banco Central poderão desenvolver ainda mais possibilidades.
O Drex pode ser usado como pagamento instantâneo de parcelas de imóveis, veículos e benefícios sociais. Isso foi anunciado pelo consórcio formado pela Caixa Econômica Federal, Microsoft do Brasil e a bandeira de cartões de crédito Elo.
A moeda possibilitará a utilização de contratos inteligentes, agilizando processos como a venda de veículos. Em suma, todo o procedimento será executado instantaneamente através de contratos automatizados. Isso reduz custos burocráticos e intermediários, acelerando operações.
Acesso
Previsto para chegar ao consumidor no final de 2024 ou início de 2025, o Drex funcionará apenas como uma moeda de atacado, trocada entre instituições financeiras. Os clientes realizarão operações com a moeda digital, contudo não terão acesso direto a ela, operando por meio de carteiras virtuais.
O processo ocorrerá da seguinte maneira: inicialmente, o cliente (pessoa física ou empresa) depositará a quantia desejada em reais em uma carteira virtual. Essa carteira converterá a moeda física em Drex, com a taxa de câmbio de R$ 1 para 1 Drex.
Diversas instituições financeiras, como bancos, fintechs, cooperativas e corretoras, operarão essas carteiras virtuais sob supervisão do BC. Além disso, novos tipos de empresas com carteira virtual poderão surgir à medida que a tecnologia avança.
Após a tokenização (conversão de ativos reais em ativos digitais), os clientes poderão transferir a moeda digital através da tecnologia blockchain. Em suma, o receptor fará a conversão dos Drex em reais para efetuar o saque.