Criador de Game of Thrones e outros escritores abrem processo contra ChatGPT
Na denúncia apresentada na Justiça Federal de Nova York, eles acusam a empresa de usar seus livros “sem permissão” para treinar o ChatGPT.
George R.R Martin, autor da saga “Game of Thrones”, e outros escritores iniciaram ações judiciais na quarta-feira (20) contra a start-up californiana OpenAI. Eles acusam a empresa de ter usado seus trabalhos para criar o ChatGPT, desafiando seus direitos autorais.
Na denúncia apresentada na Justiça Federal de Nova York, eles acusam a empresa de usar seus livros “sem permissão” para treinar seu modelo de linguagem. Essa é a tecnologia de inteligência artificial (IA) baseada no ChatGPT. Em suma, o software é capaz de produzir todo tipo de texto em simples consulta em linguagem cotidiana.
“No centro desses algoritmos está o roubo sistemático em grande escala”, afirmam os advogados.
Entre os demandantes nesta ação coletiva estão o Authors Guild (organização que representa autores) e vários escritores, incluindo George RR Martin e o romancista John Grisham.
Reclamações
Muitas outras reclamações foram apresentadas por artistas, organizações e programadores contra a OpenAI e seus concorrentes.
Os modelos linguísticos “põem em perigo a capacidade dos escritores de ficção de ganhar a vida, pois permitem que qualquer pessoa gere de forma automática e gratuita (ou muito barata) textos pelos quais, de outra forma, teriam de pagar aos autores”, argumentam os advogados na queixa de terça-feira.
Proibição de uso de livros protegidos por direitos autorais
Eles também argumentam que ferramentas generativas de IA podem ser usadas para produzir conteúdo derivado. Ou seja, conteúdo que imita o estilo dos escritores.
“De forma injusta e perversa, (…) a cópia deliberada (da obra) dos demandantes transforma, portanto, as suas obras em motores da sua própria destruição”, afirma a denúncia.
Além disso, guilda e os autores estão buscando a proibição do uso de livros protegidos por direitos autorais para treinar modelos de linguagem “sem permissão expressa”, bem como indenização por danos.
A empresa precisava de montanhas de textos encontrados on-line para treinar seu modelo de linguagem, mas nunca especificou exatamente quais sites e textos foram usados.
Engenheiros e artistas também apresentaram reclamações
Impulsionada entre os gigantes da IA graças ao sucesso do ChatGPT no final do ano passado, a OpenAi já é alvo de outros processos semelhantes. Entre eles há uma ação de um grupo de engenheiros de computação. Eles processaram a Microsoft, sua principal investidora, e a Plataforma GitHub.
Além disso, diversos artistas apresentaram uma queixa em janeiro contra Stability AI, Midjourney e DeviantArt. Eles acusam que os programas foram treinados a partir de inúmeras obras visuais na internet.
No início de setembro, a Microsoft anunciou que forneceria proteção legal aos clientes processados por violação de direitos autorais em conteúdo gerado com suas ferramentas generativas de IA.