Com supostos ‘vampiros’, túmulos na Polônia intrigam arqueólogos

Descoberta revela antigas crenças e práticas inusitadas.

Uma fascinante descoberta arqueológica na Polônia lança luz sobre as práticas e crenças de séculos passados. Pesquisadores, durante escavações realizadas na Igreja da Anunciação da Bem-Aventurada Virgem Maria, na vila de Pączewo, no norte do país, encontraram uma tumba datada do século 17.

Este achado revela os restos mortais de indivíduos que foram sepultados com rituais destinados a prevenir o retorno dos mortos como vampiros, uma crença que permeava a cultura medieval.

Descoberta de práticas e crenças macabras

A pista para a intrigante descoberta surgiu de uma laje de pedra que exibia a gravura de um crânio, um símbolo que reverbera tanto mistério quanto aviso. A poucos metros abaixo dessa laje, os arqueólogos encontraram três esqueletos, e um deles surpreendeu a todos: estava enterrado com uma foice em volta do pescoço.

Este elemento incomum levanta questões sobre as práticas funerárias e as crenças que permeavam a sociedade da época, mostrando como a morte era encarada como um possível retorno à vida.

Arqueólogos na Polônia desenterram túmulo medieval com sinais de rituais anti-vampirismo. – Imagem: Archeo Adventure/Reprodução

Estudos indicam que, durante a Idade Média, a crença de que os mortos poderiam retornar à vida como vampiros não era isolada, mas sim um fenômeno comum na Europa Central e Oriental.

Na Polônia, especialmente, escavações recentes revelaram a prevalência dessas práticas macabras, que incluíam o uso de estacas de metal, cadeados e até o sepultamento dos corpos de bruços. Essas ações eram empregadas como uma forma de “prender” os mortos, reafirmando a ideia de que eles poderiam se levantar e assombrar os vivos se não fossem devidamente contidos.

Além da foice, testemunhos de outras práticas, como a utilização de redes de pesca, demonstram a criatividade e a preocupação daqueles que viveram nesse período conturbado.

O uso de tais objetos não só tinha um significado prático, mas simbólico, refletindo os medos profundos da população diante da morte e do desconhecido.

Os rituais anti-vampirismo tornaram-se uma solução para a inquietação que cercava a vida e a morte, oferecendo uma forma de controle sobre o que muitos consideravam forças sobrenaturais.

A descoberta em Pączewo é um lembrete poderoso de como as crenças na vida após a morte moldaram as práticas culturais e sociais na Europa medieval.

Revelando tradições que podem parecer arcaicas aos olhos modernos, essas práticas oferecem uma janela única para a psique de uma época onde o sobrenatural era uma parte integrante do cotidiano.

O estudo contínuo dessas descobertas não apenas enriquece o nosso entendimento da história, mas também nos convida a refletir sobre nossas próprias percepções em relação à morte e à vida após a morte.

Este achado desperta um interesse crescente pela combinação de arqueologia e folclore, demonstrando como os dois campos podem se entrelaçar para contar histórias que foram enterradas com os mortos.

À medida que novas escavações e análises estão em andamento, mais segredos do passado medieval da Polônia e de suas crenças enigmáticas podem ser desenterrados, oferecendo novos capítulos a este intrigante conto de vampiros e rituais de proteção.

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