Adeus às assinaturas e à nuvem: licenças vitalícias querem voltar a dominar o mercado
Entenda como pode funcionar um sistema vitalício de assinatura onde o cliente gerencia a própria conta; Saiba mais.
Se por muito tempo o mercado acompanhou um movimento das empresas de administrar suas informações a partir do uso da Nuvem, agora há uma tendência de abandono de plataformas como, por exemplo, Azure ou AWS, para voltarem a administrar recursos computacionais de forma mais local.
A decisão passa inclusive por questões econômicas, uma vez que manter espaço disponível na nuvem é algo que requer altos investimentos para a manutenção de assinaturas.
Um dos novos caminhos para essa administração local de informações é o ONCE, uma iniciativa que tenta devolver parte do software empresarial à filosofia utilizada no passado. “Antes, você pagava por ele uma vez, instalava e executava. Quer estivesse no computador de alguém ou em um servidor para todos. Hoje em dia, a maior parte do software é um serviço. Não é sua propriedade, você aluga”, reforça Jason Fried, CEO da empresa 37 signals.
O sistema Software as a Service (SaaS) ainda faz sentido para muitos produtos, mas a tendência é que esse domínio de mercado vá se enfraquecendo. A instalação e a administração de tecnologias de auto-hospedagem, que costumavam ser complicadas, estão mais simples, permitindo o gerenciamento desses espaços dentro da própria empresa, abandonando as nuvens das Big Techs.
Instalação e autogerenciamento
A proposta da ONCE é justamente que os clientes adquiram softwares com licença vitalícia e sejam eles os responsáveis pela instalação e gestão da ferramenta.
Diante desse cenário, o primeiro produto disponível é o Campfire. Trata-se de um sistema de chat empresarial que custa US$ 299 e permite o envio de convites a usuários, criação de salas, menções, mensagens diretas e até mesmo versão mobile.
A empresa tem acesso a todos esses benefícios realizando apenas um pagamento, sem mensalidades. No caso de atualizações dentro da mesma versão, elas serão gratuitas. Caso seja lançada uma nova versão da ferramenta, a empresa que já utiliza a ferramenta poderá comprar apenas uma extensão para ter acesso às novas funcionalidades.
Toda essa nova tendência de mercado é, na verdade, um grande retorno ao passado, mas com uma nova roupagem tecnológica. Afinal, esse modelo de hospedagem de informações com acesso vitalício era o que dominava a indústria de software há décadas.
É o caso, por exemplo, do Microsoft Office. O usuário adquiria o programa, instalava-o e poderia usá-lo eternamente. Se desejasse incluir novas atualizações lançadas pela Microsoft, seria necessário comprar o software novamente. Caso contrário, poderia seguir usando a versão anterior sem qualquer problema.