Veneno da aranha-armadeira pode causar ereções de até 2 horas

O veneno da aranha-armadeira, conhecida cientificamente como Phoneutria sp, tem sido tema de estudo não apenas pelos riscos que representa, mas também por uma peculiaridade intrigante: a capacidade de induzir ereções prolongadas.

Embora essa aranha se destaque por sua toxicidade letal, pesquisadores têm explorado seu veneno como um potencial alternativo aos medicamentos tradicionais para impotência sexual.

Isso porque o priapismo, um estado de ereção persistente e involuntária, é uma ocorrência rara associada principalmente a casos graves de picadas de aranhas e escorpiões.

Entretanto, o veneno da aranha-armadeira se destaca por sua capacidade de desencadear ereções que podem durar até duas horas em adultos e ainda mais em crianças. Entenda melhor a seguir:

Aranha-armadeira e o seu habitat

Imagem: Tobias Hauke/Shutterstock

Originária das regiões Sul e Sudeste do Brasil, a aranha-armadeira tem adaptado seu habitat em resposta ao avanço das áreas urbanas e à diminuição das florestas.

Encontrada em locais como madeiras empilhadas, tijolos e até mesmo sapatos e roupas, essa aranha caça insetos durante a noite, empregando emboscadas para capturar suas presas.

O veneno potente

O veneno da aranha-armadeira atua no sistema nervoso da vítima, desencadeando uma série de sintomas que variam de edemas e eritema a contrações musculares e formigamento.

Em casos graves, pode levar a complicações como hipertensão, taquicardia e até mesmo choque, além do priapismo, que é uma das características mais singulares do envenenamento por essa aranha.

Como funciona o tratamento para picadas da aranha-armadeira

O tratamento para picadas da aranha-armadeira envolve a administração do soro antiracnídeo, produzido pelo renomado Instituto Butantan. Entre 2019 e 2023, o Brasil registrou um total de 23.868 casos de pessoas picadas por essa aranha, resultando, tristemente, em 13 mortes durante esse período.

Alternativa na medicina

Embora a reputação da aranha-armadeira permaneça associada ao perigo que ela representa, especialmente para aqueles que residem em áreas onde é comum, seu veneno também tem despertado interesse no campo farmacêutico.

Afinal, a possibilidade de utilizar componentes do veneno para desenvolver tratamentos para disfunção erétil destaca-se como um exemplo de como a natureza pode fornecer soluções inesperadas para desafios médicos contemporâneos.